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terça-feira, 8 de março de 2016

Dia internacional da Mulher: Conscientização contra a violência

Dia 08 de março é um dia dedicado a todas mulheres, mais do que um dia para lembrarmos o quão elas são lindas e especiais em nossas vidas, esse dia é para nunca esquecermos da luta pela igualdade e do quanto elas sofreram e sofrem até hoje em diversos grupos étnicos pelo mundo a fora. Não podemos fechar os nossos olhos quanto a violência contra a mulher em muitos lares, do assédio sexual por elas sofrido em seus ambientes de trabalho e escolas, das diversas vítimas de estupro e estupro seguido de morte. Não deixemos de lembrar que o dia da mulher são todos os dias do ano, esse dia de hoje nos serve de reflexão e conscientização para o apelo de todas as mulheres do mundo que é a luta pelo respeito, pelo direito de viver sua feminilidade do modo que elas acharem melhor, sem punições e prejulgamentos.
´Precisamos enquanto educadores e agentes de segurança publica, contribuir para com fim da violência contra a mulher, nas escolas devemos sempre levantar essas questões em sala de aula, muitas vezes o problema da violência é tratado como um mal hereditário, que vai passando de geração a geração simplesmente porque em muitos lares a violência e o desrespeito contra a mulher é transmitida aos filhos como se fosse algo comum, filhos veem pai batendo na mãe e se não for dito que isso é errado, que é crime, no futuro as crianças ja em fase adulta irão reproduzir tal violência. Ditado estapafúrdios como: "briga de marido e mulher, ninguém mete a colher" deveria ser erradicado da nossa sociedade, pois por trás desse falso conceito de intimidade familiar encontra-se a permissividade da violência do lar. Já enquanto policiais, temos o dever também de prestar o auxílio devido as vítimas da violência familiar, mesmo que muitas das vezes as companheiras de maridos agressivos nunca levam as ocorrências para frente, com intuito dos mesmos serem presos, devemos explicar sobre a progressão da atividades de violência do agressor, que o melhor a fazer é sim denunciar e fazer com que a lei seja aplicada.
Sabemos que as mulheres no mundo todo sofrem com algum tipo de retaliação machista devido a costumes e cultura local, mas se atendo apenas a nossa sociedade brasileira, podemos observar o quão a mulher ainda sofre com problemas antigos, como o assedio sexual e moral em seus setores de trabalho, assim como a violência sexual, causada por homens inescrupulosos e covardes que tratam as mulheres como "coisa" ou objeto mas nunca como um ser humano.
Nosso papel como cidadão deve ser primeiramente de compreender as lutas feministas não como uma "afronta à sociedade" ou uma oposição ao machismo, mas sim causas justas que acabariam com todo o desrespeito e desmerecimento da mulher como cidadã construtora de uma sociedade. Segundo, devemos sempre apoiar as causas justas, nunca sermos alheio a violência, devemos sempre denunciar todo e qualquer tipo de violência contra elas. Vivemos em pleno o século XXI, não podemos mais tolerar atitudes grotescas dos tempos das cavernas.
Concluindo esse texto deixo meus parabéns as mulheres guerreiras, batalhadoras, mães, filhas, do lar, empresarias, educadoras, policiais, enfim a todas as mulheres que são responsáveis pelas construções das diversas sociedades


Heber Oliveira Mesquita

quinta-feira, 3 de março de 2016

A educação pública e a disciplina militar

Atualmente no Amazonas, algumas escolas públicas passaram  ser geridas pela Polícia Militar, é notável o desempenho dos alunos nessas escolas "militares". Aonde havia desordem e indisciplina transformou se em um campo fértil e produtivo do saber escolar. Então podemos dizer que o militarismo é uma ferramenta eficiente na gestão escolar? Sim é. Mas então as demais escolas públicas estão fadadas ao fracasso educacional?  Não! Não estão. Podemos citar outros exemplos no Amazonas de escolas públicas modelos cuja a gestão não é militar e apresentam bons desempenhos, como a Escola Estadual Petrônio Portela e Marcantônio Vilaça*.
Mas porque estamos tão vislumbrados com a administração militar na escola? A resposta é simples, os pilares do militarismo são a disciplina e a hierarquia, bem como deveria ser de modo natural dentro dos lares de cada aluno, isto é, disciplina dentro
de casa e o respeito pelas autoridades do lar, no caso os genitores ou responsáveis legais. Porém e de conhecimento de grande parte de professores e pedagogos que muitas famílias não oferecem aos seus filhos a educação adequada dentro de casa, isto quando realmente existe de fato uma família constituída. O papel da escola é contribuir para o desenvolvimento sócio cognitivo de seus educandos, isto é, dar continuidade ao aprendizado que deveria ter sido iniciado na primeira comunidade em que a criança/jovem se encontra inserido ou seja a família.
Infelizmente em muitos lares não existem essa concepção de educação, e delegam à escola toda a responsabilidade que deveriam ser dos pais ou a quem tem a tutela das crianças/jovens. Muitos culpam os professores ou  gestão das escolas pelo péssimo desenvolvimento escolar de alguns alunos, sem ao menos levar em consideração a ausência da educação ou a má formação na construção dos pilares que constituem um lar sadio, que seria o respeito aos pais, aos mais velhos, é a disciplina iniciada no lar que será de extrema importância para que o sujeito cresça e desenvolva sua cidadania com consciência.
Muitas escolas particulares que professam alguma fé e até mesmo as agnósticas conseguem administrar de modo eficaz a educação escolar admoestando os pais a de fato assumirem seus papéis na educação dos filhos, do mesmo modo ocorrem em algumas escolas públicas ditas modelo, onde os pais também são cobrados.
Poderia ser indagado se existem exemplos positivos na gestão escolar privada e pública então porque investir no gestão militar? A resposta pode levar a uma interpretação errada de que exista preconceitos, porém não é esta a intenção. Primeiro devemos compreender que cada escola têm sua própria realidade inserida nas comunidades que também tem suas diferenças socioeconômicas, culturais e regionais, assim como cada educando tem famílias distintas, educação diferenciada em seus lares, porém numa visão macro, estão inseridas numa mesma comunidade onde os exemplos externos podem contribuir de forma negativa ou positiva dependendo de como se desenvolve educação e exemplos internos (no lar). Partindo desse ponto, a gestão escolar militar poderá contribuir com os pais no que cerne a educação ou suprir essa lacuna ou falha daqueles lares onde a disciplina e a hierarquia familiar não fora transmitida de maneira natural.
Sabemos que a disciplina militar não pode ser aplicada em todas as escolas públicas pois afetaria de certo modo a atividade fim da polícia, que é a segurança pública pois muitos policiais seriam destacados para as escolas militares o que acarretaria uma diminuição do efetivo policial destinado a defender a sociedade por isso  a mesma não pode ser vista como  única solução para os problemas da educação no Estado,  quiçá no Brasil, ela é apenas mais uma ferramenta que pode vir a contribuir com o processo de ensino e aprendizagem nas comunidades onde exista muitos problemas sociais,  problemas estes que acabam muitas vezes interferindo no setor da segurança pública, pois uma educação que não cumpre seu papel de transformação social, de cooperar para que os educandos tornem-se verdadeiramente cidadãos responsáveis conhecedores de seus direitos e deveres, acabam que muitos jovens e crianças se enveredem por caminhos que irão bater de frente com os agentes de segurança do Estado.

Heber Oliveira Mesquita

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* Escola Estadual Marcantônio Vilaça, o primeiro antes do CMPM Marcantônio Vilaça.